Retratos de Assentamentos https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos <p><strong>Retratos de Assentamentos</strong> é uma revista científica eletrônica semestral, publicada pelo Programa de Pós-graduação<em> Stricto Sensu em</em> Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Uniara).</p><p>A revista é pioneira na discussão de temas como assentamentos rurais e reforma agrária, quando os mesmos eram vistos como temas obscuros pela maioria da comunidade acadêmica e pela sociedade em geral. A revista não tardou em colocar em discussão os aspectos multidimensionais da luta pela terra, destacando o importante papel que os assentamentos têm socialmente, como a redução da fome e da miséria, a conquista da cidadania e o aprofundamento da democracia, o abastecimento local de alimentos e a sustentabilidade agrícola.</p><p>Esse processo teve início no Programa de Pós-Graduação em Sociologia, da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista) – campus de Araraquara. Entre os anos de 1988 e 1989 foi fundado, nessa faculdade, o Núcleo de Pesquisa e Documentação Rural (Nupedor), que começou a editar a revista Retratos de Assentamentos. O primeiro número da revista data de 1994, no entanto, antes disso, vários projetos de pesquisa já estavam em curso e, somando-se ao primeiro número da revista, foi publicado também pelo núcleo o primeiro Censo dos Assentamentos Rurais Paulistas, em 1995.</p><p>No ano de 2004 o grupo passou a ter sua sede do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, da Uniara, classificado na área multidisciplinar da CAPES. Com isso, a revista passou a ser editada por esta instituição, no começo com periodicidade bi-anual (no período de 2004 a 2008). Em 2008, tornou-se anual e, a partir de 2011, passou a ser editada em fluxo contínuo. </p><p>Adotamos as melhores práticas editoriais de periódicos científicos brasileiros e internacionais. Adicionalmente, os trabalhos submetidos via sistema são avaliados por meio da prática <em>Double Blind Review Process</em>, garantindo assim o sigilo de autores e avaliadores que colaboram com a revista.</p><p>A <strong>Revista Retratos de Assentamentos </strong>utiliza a plataforma <em>Open Journal Systems</em> (OJS) do <em>Public Knowledge Project</em> (PKP), sistema editorial que é utilizado no Brasil com o nome de Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), sendo este customizado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.</p><p><span>Atualmente, este periódico está </span><strong>indexado nas seguintes bases de dados e buscadores:</strong><span> <span>CAB Abstracts and Global Health (Aprovado); Base - </span></span>Bielefeld Academic Search Engine (Approved); Ebsco Host (Aprovado) Latindex (Aprovado); Redib (Aprovado) OpenAire; PKP INDEX; ErihPlus (em avaliação); Gale Cengage Learning; (Aprovado) Livre; Dialnet (em avaliação); Portal Periódicos CAPES/MEC (Aproved)e Directory of Open Access Journals (DOAJ em avaliação). Esses indexadores internacionais têm como objetivo promover a divulgação e visibilidade dos artigos publicados pela revista.</p><p> </p> pt-BR <p>O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;</p><p><br />• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);</p><p><br />• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);</p><p><br />• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.</p><p>Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <strong>Licença <em>Creative Commons Attribution</em></strong><strong>, </strong>que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p><p>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</p><p>Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho <em>online</em> (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_blank">http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html</a></p><p> </p> npc@uniara.com.br (Equipe Editorial) tomariano@uniara.com.br (Thatiany Mariano) Qua, 01 Fev 2023 00:00:00 -0200 OJS 3.2.1.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Apresentação https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/554 <p>O presente número da revista retrata um momento triste para Retratos de Assentamentos, porque uma das pioneiras e editoras em toda sua história fez sua passagem este ano, a sempre querida professora Dulce Consuelo Andreatta Whitaker. <br>Coragem e pioneirismo são duas características que marcaram a trajetória de Dulce. Ainda nos anos de chumbo do regime militar, a jovem professora da Rede Pública do Oeste Paulista desafiava os censores (e os delatores) de plantão, trazendo temas “polêmicos” para as salas de aula do que é, hoje, o Ensino Médio. A emancipação feminina ou a Guerra do Vietnã eram debatidas junto aos alunos com didatismo e para além do discurso oficial. Também foi corajosa e pioneira sua opção de, desde seu mestrado em sociologia da educação – defendido em 1979 – discutir criticamente a ideologia da sociedade urbano-industrial a partir daquilo que Dulce mesma definia como escola “urbanocêntrica”. Essa preocupação com o controle ideológico dos subalternos, em especial dos segmentos sociais do campo, se manteve como um fio condutor de sua reflexão desde meados da década de 1970....</p> Vera Lúcia Silveira Botta Ferrante, Henrique Carmona Duval, Luis Antonio Antonio Barone, Osvaldo Aly Junior Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/554 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Bourdieu e Passeron vão ao campo: abordagem teórico-metodológica https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/551 <p class="paragraph" style="margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.25pt; line-height: 150%; vertical-align: baseline;"><span class="normaltextrun">A intenção deste artigo é demonstrar possibilidades da abordagem baseada na análise dialética quando tentamos explicar o real a partir de teorias formuladas em outros contextos – no caso aqui, a Teoria da Reprodução.</span><span class="eop"><strong> </strong></span><span class="normaltextrun">Para tanto, estamos confrontando a elaboradíssima Teoria de Bourdieu e Passeron (1975) com os dados de uma entrevista bastante expressiva que nos foi concedida por uma jovem criada na zona rural – um assentamento de Reforma Agrária – jovem esta que alcançou altos níveis de escolaridade atingindo curso superior de prestígio em universidade pública, superando, portanto, a objetividade do real, ou seja, os obstáculos previstos enfaticamente pela “Grande Teoria”, os quais inegavelmente atuam no nível sistêmico.</span><span class="eop"><strong> </strong></span></p> Dulce Consuelo Andreatta Whitaker, Ana Flávia Flores, Thatiany Mariano, Vera Lucia Silveira Botta Ferrante, Janaina Florinda Ferri Cintrão Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/551 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 A espacialidade do envelhecimento em memória autobiográfica no Pontal do Paranapanema https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/544 <p>O objetivo principal desta texto é compreender como se constrói a <br>experiência do envelhecimento rural e identificar as estratégias de resistência e a <br>espacialidade desenvolvidas pelos idosos no contexto de luta, conquista e formação <br>do acampamento Gercina Mendes e do assentamento Água Sumida. Discute-se <br>também como o envelhecimento é visto na geografia e sua relação com as dimensões <br>espaciais e sociais dos sujeitos. Partindo de um referencial teórico para a geografia do <br>envelhecimento, propomos uma compreensão de como os conceitos espaciais <br>desempenham um papel no exame do envelhecimento em áreas de conflito agrários, <br>justificando uma análise relacional, com foco em múltiplos sujeitos sociais, e para além <br>do mundo dos adultos. Para tanto, tomamos como eixo central a relação entre <br>envelhecimento e espaço na trajetória de pessoas idosas em situações de <br>acampamento e assentamento no Pontal do Paranapanema – São Paulo. História oral, <br>reconstrução de memórias e uso do caderno de campo foram estratégias para geração <br>de dados de envelhecimento. Nossa tese levanta a hipótese de que o envelhecimento <br>constrói espaços específicos relacionados ao uso espacial e temporal em <br>acampamentos e assentamentos, onde o trabalho é a base para que os idosos do <br>meio rural percebam a velhice. Esses sujeitos produzem espacialidade por meio de <br>seus corpos, práticas e relações sociais espacialmente relacionadas. Casas e lotes <br>são entendidos como espaços de memória e trabalho, e a terra como meio de <br>reprodução da vida. De modo geral, o trabalho apresenta as múltiplas possibilidades <br>de se estudar a idade por meio da geografia, buscando ampliar e aprofundar a <br>compreensão do envelhecimento a partir das dimensões dos sujeitos sociais e do <br>espaço, aqui entendido por meio de princípios de indissociabilidade e <br>multidimensionalidade.</p> Fernando Henrique Ferreira de Oliveira, Carlos Alberto Feliciano Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/544 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Sucessão rural na agricultura familiar no Médio Jequitinhonha, MG https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/520 <p>A manutenção do processo sucessão rural na agricultura familiar é um fato preponderante para sustentar o futuro do seguimento. O fato da juventude rural está cada vez mais abandonando o campo pode implicar em um profundo rompimento do processo geracional da agricultura familiar.&nbsp; Diante disso, o presente trabalho procura analisar entre os jovens a existência de indícios que no futuro haverá sucessores na agricultura familiar do Médio Jequitinhonha em Minas Gerais. Para alcançar os objetivos foi realizada uma pesquisa de estudo de campo, com aplicação de questionários aos estudantes da Escolas Famílias Agrícolas de Araçuaí e Itinga. A decisão de sair do campo não é uma decisão fácil para os jovens, porque implica largar tudo, a família, a comunidade e todo o conhecimento que foi lhe transmitido. Dessa forma, foi percebido que os jovens, até tem a vontade de permanecer no campo, mas são desmotivados pela sociedade do meio urbano e pelos fatores condicionados pelo espaço que ocupa. Nesse sentido, com base nas intenções dos jovens não foi encontrado fortes indícios que as famílias dos estudantes terão um sucessor.&nbsp;</p> Daniela Luiz Silva, Rogério Fernandes Macedo, Ezequiel Redin, Thiago Vasconcelos Melo Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/520 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Educação Infantil Sem Terrinha: um novo modo de olhar a criança junto à educação ambiental https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/552 <p>Este artigo tem como tema a reflexão sobre educação ambiental (EA) e desenvolvimento territorial, a partir de vivências da infância das crianças Sem Terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Justifica-se a escolha do tema pela investigação do modo de vida das crianças, com os pais, sujeitas a um processo de luta pela reforma agrária, por melhores condições de existência, por preservação do meio ambiente, alimentação saudável e escola. Tem-se por objetivo identificar como as crianças Sem Terrinha se tornam sujeitos do processo, refletindo sobre EA por elas vivenciada. Os princípios que orientaram a pesquisa tiveram como fundamentação a filosofia da práxis social, considerando a relação dialética entre teoria e prática para o trabalho formativo e educativo com a infância do campo, por meio do processo histórico da luta pela terra do MST.A metodologia de natureza interdisciplinar, com acompanhamento de práticas pedagógicas, utilizou recursos da natureza para construção de portifólios e diálogos nas áreas de Assentamentos da Reforma Agrária na Região do Vale do Paraíba São Paulo. Como resultado, busca-se confirmar a importância de trabalhar a questão ambiental na infância Sem Terra, dado que estão construindo uma educação emancipadora baseada na luta da família e no pertencimento ao seu território, por meio de práticas pedagógicas lúdicas contribuindo para uma relação de preservação e respeito ao meio ambiente.</p> Daiane Leite Barbosa Ramos, Vera Lucia Silveira Botta Ferrante, Maria Lúcia Ribeiro, Thauana Paiva de Souza Gomes Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/552 Qua, 01 Fev 2023 00:00:00 -0200 Educação na Reforma agrária e sustentabilidade: marcos do passado e horizontes do presente https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/534 <p>Este ensaio discute sobre o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) recorrendo ao processo de formação desta política como uma conquista da Educação do Campo. O objetivo é relatar historicamente de que forma o PRONERA e a Educação do Campo vêm contribuindo para formação de educandos e educadores do campo com práticas de sustentabilidade ambiental. Fazemos, a princípio, um recorte desse processo de construção da educação no meio rural focando na luta e resistência da classe trabalhadora por uma educação que contemplasse as suas especificidades. &nbsp;Posteriormente, apresentamos um breve relato do PRONERA e de que forma contribui para a formação dos sujeitos campesinos. O PRONERA visa implementar ações educativas para a população dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária e é definido como política pública de educação, suas ações estão voltadas para a formação dos sujeitos Campo e nessas ações estão presentes a preocupação com a conservação e recuperação ambiental. Assim, finalizamos buscando apresentar como a educação do Campo a partir do PRONERA pode atuar frente as lutas pela sustentabilidade ambiental. Diante disso, chegamos à argumentação de que o PRONERA é uma política pública com potencial multidimensional para ações visando à sustentabilidade e tem lugar estratégico para a nação ter condições de cumprir os diversos compromissos que tem assumido na agenda ambiental global.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> Jamile Nascimento Santos, Elis Cristina Fiamengue, Diógenes Valdanha Neto Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/534 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Patrimônio rural e urbano em Presidente Venceslau: estudo de caso da Fazenda Santa Sofia https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/474 <p>A história do Presidente Venceslau/SP tem semelhança com a das demais cidades do Oeste Paulista, marcada pela expansão ferroviária e da cultura do café. Ali, Álvaro Antunes Coelho encarnou a figura do colonizador/grileiro que tratou de lotear a área onde se localiza o município atualmente, de modo que, este estudo do patrimônio rural e da área envoltória, hoje no coração da cidade, é revelador quanto aos agentes que escrevem a história e das vozes que se sobressaem nas disputas de narrativas. Este artigo investiga o histórico e os processos de reconhecimento social que levaram ao tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) do conjunto constituído pela Sede e Mirante da Fazenda Santa Sofia, tal como sua influência no processo de transformação e usufruto da paisagem. Para tal, realizou-se visitas a campo e, devido à pandemia do COVID-19, entrevistas online com agentes públicos e privados relacionados ao processo de tombamento e gestão do bem. Verificou-se que a especulação imobiliária ameaçava o bem, levando ao tombamento - que buscou evitar qualquer descaracterização da área. Isso, de certa forma, foi alcançado, mas tal mecanismo, sem o auxílio de agentes públicos, não é suficiente, além de verificar-se que sociedade local reconhece o objeto de estudo como componente de sua história.</p> Vítor Hugo de Figueiredo Mendes, Luis Antonio Barone Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/474 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Nuances críticas e embates: atuação dos movimentos sociais do/pelo campo na constituinte de 1988 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/546 <p>Pretende-se com a produção do artigo, analisar aspectos da Comissão Pastoral da Terra e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, identificando os principais pontos de reivindicação, com o objetivo de apreender quais foram as necessidades e críticas realizadas. Possuindo como problemática no desenvolvimento da produção textual: Quais as pretensões que fizeram parte das reivindicações de ambos os movimentos pelo/do campo, durante a constituinte de 1987/88? Conjuntamente, identificar os reflexos dos debates, relacionado com a questão agrária. Desdobramentos que englobam a reforma agrária, como via proporcionadora da justiça social. Na fundamentação teórica, será considerada a obra “Buraco Negro: a reforma agrária na constituinte” de José Gomes da Silva (1989), destaque para a questão agrária. Adentrando em pontos do caderno do Direito Achado na Rua da Universidade de Brasília, incluindo pontos das pesquisas em relação a Constituição de 1988, desdobramentos e nuances sobre os problemas agrários, através do terceiro volume: “Introdução crítica ao Direito Agrário”. A pesquisa pretende incluir edições dos Cadernos de Conflito no Campo da Comissão Pastoral da Terra, abarcando a perspectiva de atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, atinente à delimitação temporal na constituinte de 1987/88 e os contrapontos em relação aos movimentos sociais</p> <p><strong> </strong></p> Adenisia Alves de Freitas, Cláudio Lopes Maia Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/546 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Geopolítica da fome: a armadilha das commodities (1970 a 2021) https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/547 <p>Este artigo busca analisar a questão social da fome como fenômeno essencialmente político, já que do ponto de vista da oferta, o problema já foi resolvido. Enquanto fenômeno político, focamos nossa análise no fator geopolítico das determinações da fome em dois momentos. O primeiro, na década de 1970, quando ocorrem sucessivos choques do petróleo, o aumento do preço internacional dos alimentos e estes como arma geopolítica do imperialismo mundial; os desdobramentos dessa crise na formação do agronegócio no Brasil e disseminação da fome. Num segundo momento, analisamos a luta do imperialismo pelo controle do petróleo no Oriente Médio, o aumento do seu preço no mercado internacional, o estouro da crise dos alimentos no biênio 2007-2008, a expansão da produção de commodities no Brasil para a produção de biocombustíveis e o impacto disto na produção de alimentos essenciais. Apontamos o caráter contraditório da política adotada pelo PT, na qual, de um lado, fortalecia o agronegócio, especializava a produção e a pauta de exportações, ao mesmo tempo em que, através de um conjunto de políticas sociais, retirava o país do mapa da fome da ONU. Demonstrando o caráter deliberado da fome no país, após o golpe de estado de 2016, contudo, essas políticas sociais são revertidas de forma veloz, recolocando dezenas de milhões de brasileiro novamente em situação de fome. Buscamos argumentar que apenas uma reforma agrária pode garantir alicerces seguros para a conquista das tão almejadas segurança e soberania alimentares.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> geopolítica – fome – agronegócio</p> Leandro Monerato, Leopoldo F Silva, Newton Gomes Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/547 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Microbacia II - Acesso ao mercado: convencendo os assentados em se transformarem em empreendedores rurais https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/457 <p>O Projeto Microbacias II- Acesso ao mercado foi considerado uma política pública para que os produtores rurais da agricultura familiar pudessem contar com melhores oportunidades de acesso ao mercado, por meio de agregação de valor à sua produção. Tendo como instituição financiadora o Banco Mundial, e como critério para participação no projeto a existência de uma associação ou cooperativa de produtores rurais, há pelo menos um ano. A organização social, interessada em desenvolver algum projeto, deveria elaborar um Plano de Negócio, a fim de comprovar a viabilidade do empreendimento pretendido. O Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentado – Microbacias II (PDRS) foi apresentado aos produtores rurais assentados por meio da atuação da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Este artigo teve como objetivo avaliar uma experiência com a suposição da presença de uma associação, já existente no Assentamento Nossa Terra, em Batatais-SP, como condição necessária para justificar o desenvolvimento de um projeto para a instalação, de uma agroindústria de produtos minimamente processados da produção dos seus associados. O Plano de Negócio, exigido pelo contratante, foi encomendado pela Associação Batataense de Produtores da Agricultura Familiar (ABAFA) e elaborado por um técnico do SEBRAE. A agroindústria foi inaugurada em 08.12.2016 e a mesma encontra-se inoperante desde a sua instalação. O Plano de Negócio foi aprovado pela CATI e pela ABAFA. Porém, mostrou-se insuficiente e inadequado, por não ter sido realizado segundo as recomendações de um diagnóstico participativo, ao desprezar os conflitos de interesses entre os assentados e destes com os órgãos públicos locais e estaduais e a realidade local. Revelou-se negligente ao não reconhecer e compreender a existência de um sistema de comercialização convencional da produção dos assentados, controlado por um assentado e membro da Associação. Tratou-se de um estudo de caso com o levantamento de documentos oficiais e não oficiais, artigos de revistas acadêmicas e de divulgação, jornais, livros, teses e dissertações a respeito do PDSR Microbacias II- acesso ao mercado, com destaque para o documento Plano de Negócio. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com associados da ABAFA e profissionais técnicos e agentes representantes das instituições envolvidas, Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI)/Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS).</p> <p> </p> Sofia de Castro Gouvêa Gomes Leal, Oriowaldo Queda, José Maria Gusman Ferraz Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/457 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 Percepção ambiental e uso do solo em assentamento rural no bioma mata atlântica, região do Caparaó, ES https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/413 <p>Com a hipótese de que a base do conhecimento etnopedológico do assentamento rural Florestan Fernandes apresenta potencial para estratificação de ambientes com uso e manejo sustentáveis, o presente trabalho objetivou avaliar tal conhecimento e sua forma de percepção ambiental, quantificando-o com auxílio de análises multivariadas, levando em consideração atributos do solo, relevo e tipo de uso no assentamento rural Florestam Fernandes. Os assentados reconhecem cinco classes etnopedológicas: Aréola, Terra de lavoura, Terra Pedra Arruana, Terra Poenta, Massapé e Terra de Mata. Com auxílio da estatística multivariada, identificou-se a maior relação dos atributos químicos com algumas classes etnopedológicas, sendo atributos da matéria orgânica melhor relacionados com o tipo de uso do solo. Solos sob cafeiros (agroecológico e convencional) obtiveram maiores teores de carbono contrapondo com os menores teores nas pastagens. A Terra Pedra Arruna e Areóla apresentam melhor relação com a morfologia do solo (cor e textura), sendo a Areóla mais bem relacionada com a percepção do relevo. As classes etnopedológicas Aréola, Terra Pedra Arruana e Terra Poenta são melhor consolidadas com melhor percepção ambiental pelos assentados segundo resultados da estatística multivariada.</p> Bruna Aparecida Marcatti, Diego Lang Burak, Raul Silva Oliveira, Eduardo de Sá Mendonça Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/413 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300 A construção da Agroecologia em Mato Grosso: outras perspectivas para o desenvolvimento rural no Estado https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/549 <p>Quando se fala em Mato Grosso, no imaginário popular, é a “terra do agro” negócio. Diante desse cenário, no MT a Agroecologia tem se tornado cada vez mais necessária. Assim, o objetivo é compreender o processo histórico da organização e da construção da Agroecologia, bem como, a formação histórica desse processo em Mato Grosso. Esse estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica e documental. O primeiro registro histórico da Agroecologia em MT, deu-se no ano de 1987, em Cuiabá, onde foi realizado o III Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa. A partir disso, surgiram vários grupos, organizações e atores sociais que começaram a trabalhar com Agroecologia e que contribuem com a sua construção, através de experiências técnico-produtivas e socioambientais; científicas e políticas espalhadas no chão mato-grossense. A construção da Agroecologia em MT é um processo permanente e de luta.</p> <p> </p> Wagner Gervazio, Rafaella Teles Arantes Felipe, Ana Heloisa Maia, Henderson Gonçalves Nobre, Vagner Meira Teixeira Copyright (c) 2023 http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://www.retratosdeassentamentos.com/index.php/retratos/article/view/549 Ter, 12 Set 2023 00:00:00 -0300